O testemunho de Máximo Foerschler
" Pelo facto de ter ficado bastante afectado pela morte do padre Luís Andreu, da qual eu tinha uma grande e longa amizade, senti alguma necessidade e ansiedade para saber o que aconteceu em S. Sebastião de Garabandal. Eu ouvi diversas opiniões sobre o assunto, e por isso tive uma enorme vontade e interesse em ver o que aconteceu na aldeia, mas agora com os meus próprios olhos.Quero dizer em avanço que eu não sou católico. Sou um protestante evangelista, um crente fervoroso, graças ao exemplo de uma educação cristã que tive por parte dos meus pais."
Era 14 de Outubro de 1961 e foi o dia escolhido para a minha visita a Garabandal. Quero dizer-vos o que aconteceu na aldeia, tinha um grande interesse em ver o que aconteceu antes da data do anúncio da mensagem, que foi dada a conhecer a 18 de Outubro de 1961. Nesse dia, por volta das quatro da tarde, saí de Aguilar de Campoo. Eu estava acompanhado pelo padre Ramón Andreu, Rafael Fontaneda e um dos seus filhos. Nós tivemos o azar de ter sofrido um pequeno acidente com um outro veículo num lugar perigoso, mas graças a Deus, nada aconteceu de grave a nenhum dos ocupantes do nosso carro.
Depois de viajar algumas horas na estrada, chegamos ao Cosío por volta das 10 da noite e começamos o nosso caminho de subida até S. Sebastião de Garabandal; chegamos eram aproximadamente 11 da noite. Depois de uma subida um pouco agitada, seguimos os últimos quilómetros a pé, com lama até aos joelhos, e com lanternas para iluminar o caminho. Durante essa subida a pé, chegamos a cruzar-nos com algumas pessoas que estavam a regressar da aldeia. Essas pessoas estavam totalmente desiludidas porque não tinham presenciado nenhumas das visões das meninas. Eles diziam que seria mais interessante ir para casa.
Quando estávamos a cerca de 50 metros das primeiras casas da aldeia de Garabandal, vimos muita gente a correr com lanternas. Eles diziam que Mari Cruz, uma das videntes de Garabandal, tinha acabado de sair da sua casa em estado de êxtase. Quando chegamos, observamos sobre aquilo que estava a acontecer. Naquele momento estávamos em frente à taberna do Ceferino; todas as pessoas ali presentes, formavam um grupo em volta dela. Sentámo-nos na parte de fora da loja onde encontramos Jacinta e Mari Loli.
Poucos minutos depois, Mari Loli entrou em estado de êxtase, subiu para o segundo andar da habitação, onde, em frente à escada havia uma mesa coberta com uma toalha branca com muitos santinhos, rosários, etc. Ela deu-os a beijar, um a um. Quando ela acabou de fazer isto, caiu para trás, e o seu corpo bateu no chão sem fazer qualquer barulho. A sua cabeça ficou suspensa no primeiro degrau. Esta foi a primeira coisa que me impressionou bastante. Depois, ela estendeu as suas pernas sem as suportar com as mãos, das quais seguravam um crucifixo. Ela deu meia volta e depois desceu as escadas em três saltos. Avançou três metros mais à frente, e ficou em frente ao balcão da loja. Ela mantinha uma conversa em baixa voz enquanto sorria, até que se levantou e deu o crucifixo a beijar a todas as pessoas que se encontravam presentes à sua volta.
Cerca das onze e meia da noite, o padre Ramón sentia-se doente: o seu tornozelo estava inchado, tinha bastantes dores, e estava bastante pálido. Dois médicos de Santander e de Burgos examinaram-no, um deles era um especialista na área de ortopedia e verificaram que ele tinha torcido ou fracturado o tornozelo, recomendando que fizesse um raio X. Eles ligaram o seu tornozelo e aplicaram-no algum gelo, depois disso levaram-no para a cama por volta da meia-noite.
A minha primeira surpresa aconteceu quando verifiquei que a menina estava tão ligada à cadeira e tão rígida que parecia um bloco pesado de granito. Eu observei os seus olhos, que em circunstâncias normais tinham um círculo vermelho em volta, mas pude observar que os círculos tinham praticamente desaparecido. Enquanto Jacinta estava a ter a visão, Mari Loli não parava de dizer: "Diz a Nossa Senhora para me chamar". Quando ela voltou ao êxtase, o padre Ramón perguntou a Jacinta se Ela estava contente e ela respondeu: "Sim, Padre, muito." Quando ele perguntou-lhe para dizer o que Nossa Senhora disse, ela respondeu simplesmente, "Não."Por volta das duas da manhã, todos nós fomos dormir e fiquei no quarto do padre Ramón. Cuquí Verduras e eu, estavamos a comentar em relação a tudo aquilo que tinha acontecido quando, por volta das três da manhã, ouvimos vozes e pessoas na rua: as pessoas gritavam para o dono da casa onde estávamos hospedados: "Abram a porte, Pifinia, Jacinta está a chegar." Não passaram mais de dois segundos para que o dono abrisse a porta da casa. Depois Jacinta deslocou-se para as camas que se encontravam no primeiro andar. Ela olhava para cima e tinha um crucifixo nas suas mãos. Ela estava acompanhada de Mari-Loli, o pai de Mari-Loli, e muitas outras pessoas. Juntamente com elas estavam algumas raparigas de Cadiz. Jacinta foi ter directamente com o padre Rámon Andreu dando-lhe a beijar o crucifixo. Eu estava na minha cama, mas ela não me deu a beijar o crucifixo nem ao Cuquí. Nesse momento, e quando ela estava a dizer adeus à visão, virou-se de repente, e sem tirar vista da sua visão, aproximou-se de mim e deu-me a beijar o crucifixo colocando-o precisamente na minha boca, por isso não tive que me mover para o beijar. Depois Mari Loli disse: "É preciso dar a beijar a mais uma pessoa," e perguntou a Jacinta, "Quem." Ela caminhou em frente e deu o crucifixo a Cuquí para que o beijasse. Depois, ela regressou do êxtase e ficou ali até às quatro da manhã.<span ;color:black;"="">
No dia seguinte, às 8 da manha, alguns médicos vieram ter com o padre Rámon. Por volta das 9 da manhã, o padre Ramón já estava apto para pôr-se de pé para grande surpresa de todos. Depois, foi celebrar Missa, encontrava-se em perfeito estado de saúde; e podia perfeitamente dobrar o joelho, para grande admiração de todos!
Assinado: Máximo Foerschler
Traduzido para português pelo apostolado de Garabandal em língua portuguesa