Meditação do Evangelho – 5º Domingo da Quaresma e reflexão sobre a mensagem de Garabandal
Viver Garabandal: Garabandal e a "ressurreição da humanidade
Louvor a Deus +
Queridos irmãos, espero que estejam bem!
Estamos nos aproximando da Semana Santa e os temas quaresmais cada vez mais nos preparam para viver o mistério pascal de Cristo, que muito em breve celebraremos. O primeiro milagre realizado por Jesus, como nos narra o Evangelho de São João, foi a mudança da água em vinho, nas bodas de Caná da Galiléia (cf. Jo 2,1-11). O último milagre, já a caminho da Paixão, foi a ressurreição de Lázaro, texto que a Igreja nos apresenta para este domingo. O fato ocorre em Betânia, uma aldeia que fica nas proximidades de Jerusalém. É neste local que Jesus confirma o seu poder de dar a vida, ressuscitando Lázaro. Nosso Senhor é Aquele que traz o vinho novo da alegria e que devolve a vida.
O texto do evangelho começa dizendo que Lázaro estava doente e suas irmãs, Marta e Maria, mostrando preocupação e solidariedade, mandam avisar a Jesus. Os mensageiros usam uma linguagem delicada, que revela o afeto entre Jesus e Lázaro: "Senhor, aquele que amas está doente!" (v. 3). Ouvindo isto, Jesus disse: "Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela" (v. 4). Jesus era amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro, que parecem ser os únicos membros dessa família. O evangelista São João insiste no grau de parentesco que une os três: são irmãos.
Podemos observar no texto os sinais da solidariedade diante da morte, manifestada pela ação dos amigos e vizinhos, que vão à casa das irmãs para apresentar os sentimentos e fazer lamentações, símbolo do desespero e da angústia pela perda de um membro da família. Temos também a solidariedade de Jesus, que expressa afeto sincero para com o amigo falecido e uma comoção profunda revelada pelas suas lágrimas, sinal de identificação com a dor de Marta, de Maria e dos amigos de Lázaro, como nos relata o texto bíblico: "Quando Jesus a viu chorar, e também os que estavam com ela, estremeceu interiormente, ficou profundamente comovido, e perguntou: 'Onde o colocastes?' Responderam: 'Vem ver, Senhor'. E Jesus chorou" (Jo 11,33-35).
Este vínculo de amizade de Jesus com Lázaro e suas irmãs é reiteradamente recordado em toda a narrativa. O próprio Jesus afirma: "O nosso amigo Lázaro dorme. Mas eu vou acordá-lo" (Jo 11,11). O sepultamento já havia ocorrido há quatro dias. Na mentalidade judaica, a morte era considerada definitiva a partir do terceiro dia. Quando Jesus chega, a morte de Lázaro está, portanto, consumada. Marta manifesta sua falta de esperança ao dizer que teria sido necessária a presença física de Jesus para evitar a morte de Lázaro: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido" (v. 21). Em conformidade com a crença daquele tempo, Marta acreditava que seu irmão iria ressuscitar no último dia: "Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia" (v. 24).
Por outro lado, esse diálogo revela também o convite que Jesus faz a Marta para que ela possa crescer na fé. Ela precisa deixar suas crenças anteriores sobre a ressurreição para aderir à novidade que Jesus lhe apresenta: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?" (v.25s). Jesus se apresenta de uma maneira nova para Marta. Não é preciso esperar até o fim dos tempos para ressuscitar, Jesus é a Ressurreição! E todo aquele que nele crer também ressuscita. O novo passo na fé de Marta é aderir a Jesus. E ela o faz: "Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo" (v. 27). A certeza de sua fé foi tão forte, que logo buscou a sua irmã, para que ela também conhecesse a novidade que Jesus trazia.
Penso que, aqui, entramos no núcleo central de Garabandal, que é um grande chamado à esperança e à confiança. Hoje, é a humanidade que se encontra no sepulcro "há mais de três dias", por causa do pecado. Como disse Nossa Mãe, muitos cardeais e bispos estão caminhando para a perdição, porque se afastaram da verdadeira Fé e, com eles, acabam levando muitas almas.
Olhemos para nossas comunidades e constatemos o avanço do relativismo, o esvaziamento dos confessionários, a busca por sensações e por efeitos milagreiros; olhemos para os conventos esvaziados, pela diminuição do fervor e da radicalidade evangélica; constatemos que, em muitos lugares, Jesus Eucarístico é tratado como uma coisa; constatemos que a dogmática e a moral estão sendo escorraçadas de muitas comunidades e, com isso, crescem os pecados, as imoralidades e todas as coisas que "matam" a vida espiritual dos fiéis e que conduzem a alma à condenação eterna, no inferno.
Parece ser um contexto sem solução e parece que perdemos a guerra; mas não! Nossa Mãe, quando apareceu em Garabandal, veio nos trazer esperança e veio nos despertar ao arrependimento e à conversão. Como disse Nossa Mãe: "Amo-vos muito, e não quero a vossa perdição!". Além disso, sabemos que Jesus é o Senhor da vida e que pode trazer de novo a vida mas, para isso, quer contar conosco; quer que afastemos a ira de Deus por meio de nossos esforços: de nossas orações, de nossas penitências e de nossa mudança de vida, sempre em união com a Santíssima Virgem Maria, Nossa Mãe.
Se é verdade que o mal cresce a cada dia e vai espalhando o seu veneno mortífero, é urgente que se levante o exército de Maria, constituído de homens e mulheres que, pela intercessão do Arcanjo São Miguel, e formados pela Santíssima Virgem Maria, assumem o firme propósito de emendar-se, de mudarem de vida, por meio de um sincero arrependimento e de um sincero pedido de perdão.
Esse exército é constituído de homens e mulheres que, contemplando a Paixão do Senhor, oferecem seus corpos em sacrifício vivo a Deus e, por amor ao Senhor, tem uma sede de sacrifício, de penitência e de expiação. Este exército é formado por corações adoradores, que visitam muito o Santíssimo Sacramento, porque encontraram no Nele, a fonte da vida, o alimento divino que os torna bons, que os santifica, que os capacita para que possam mudar de vida, para viverem uma vida que agrade a Deus que quer nos perdoar e nos dar a vida eterna.
E, você, faz parte desse exército? Está combatendo com as armas indicadas por Nossa Mãe, em Garabandal, ou só esperando o castigo chegar? Lutemos, meus irmãos! Estamos no tempo do arrependimento, da conversão, da mudança de vida. A hora é agora e não podemos mais perder tempo! Vamos trabalhar e fazer a nossa parte, para que a humanidade saia do sepulcro!
Vamos viver Garabandal?
Que o Bom Deus, pelas mãos imaculadas de Nossa Mãe, abençoe a todos!
Com afeto, orações e minha bênção sacerdotal,
Pe. Viana