Garabandal não pode parar!

Nada nessa vida é coincidência, mas providência, não é mesmo? Recentemente, celebramos a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo; e, no mundo inteiro, celebramos os 62 anos da primeira aparição da Santíssima Virgem Maria, em Garabandal, nos "Pinos".

Celebramos essas festas dentro de um contexto de grande relativismo religioso e de grande avanço dos ideais comunistas e contrários à verdadeira Fé da Igreja: nesses últimos dias, com o coração triste, ouvimos "pastores" dizendo que Buda, Alá, Jesus Cristo "é tudo a mesma coisa!", ouvimos "pastores" cogitando a ideia de que nós, católicos, podemos estar enganados e que as outras doutrinas podem ser as corretas e, com isso, jogam no lixo o depósito da Fé e a Tradição; além disso, com o coração mais triste ainda, vemos a Congregação para a Doutrina da Fé, ser entregue nas mãos de um "pastor" que não parece estar tão disposto a defender a ortodoxia da Fé. Sim, são tempos sombrios, tempos de confusão, tempos onde o Mistério de Iniquidade se espalha e tenta correr e destruir a Igreja a partir de dentro.

Como sacerdote, fico muito apreensivo, afinal, o que está em jogo é a salvação das almas, das quais nós somos os primeiros responsáveis. Ontem, durante as Santas Missas que celebrei, pedia socorro ao Senhor e à "Nossa Mãe", porque somente do Senhor pode vir o nosso socorro.

Pensando e rezando em tudo isso, o Espírito Santo consolou o meu coração com dois elementos: o primeiro, a certeza de que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, como prometeu Nosso Senhor a São Pedro; depois, a própria celebração do aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora, em Garabandal, como uma certeza de que, em tempos tão sombrios, quando a Barca da Igreja é atacada de todos os lados, a verdade da fé é relativizada e as almas se perdem, a Santíssima Virgem Maria vem ao nosso encontro, e vem apressadamente.

Quando Nossa Senhora Apareceu em Garabandal, no dia 2 de julho de 1961, a Igreja utilizava o "calendário litúrgico antigo"; nessa data e nessa época, se celebrava nesse dia a Festa da Visitação de Nossa Senhora à sua prima, Santa Isabel. Como sabemos, para visitá-la, a Santíssima Virgem teve que subir à uma região montanhosa e foi às pressas. Em Garabandal acontece a mesma coisa: a Santíssima Virgem Maria se põe a caminho das montanhas, em um cume perdido da cordilheira Cantábria, para "armar a sua tenda" e, segundo nos ensinou o papa São Paulo VI, viver a sua "segunda vida nesta terra", com mais de duas mil aparições e manifestações, para demonstrar a Sua Presença.

É verdade que as aparições de Nossa Senhora, em Garabandal, encerraram no ano de 1965, porém, não podemos nos esquecer de que "Garabandal não pode parar!". Se é verdade que o Mistério da Iniquidade se alastra, que o pecado se torna "normal", que o joio do demónio cresce e se espalha; se é verdade que a cada dia se dá menos valor à Santíssima Eucaristia, e se se relativiza a Doutrina, ensinando às almas o errado e o que é contrário à fé, Garabandal é a resposta, é o remédio, é arma para esses nossos tempos, que são os últimos.

Garabandal não pode ser apenas admirada, porque Garabandal é uma missão, uma escola e um estilo de vida. É, sem dúvida, o grande apelo de Deus para o nosso tempo. Garabandal é um chamado à conversão, ao arrependimento, à mudança de vida, coisas que parecem estar muito fora de moda hoje em dia. Garabandal é um apelo à centralidade da Santíssima Eucaristia e ao retorno à ortodoxia da Fé Católica.

Enfim, crendo que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, e crendo que a Santíssima Virgem Maria, Nossa Mãe, continua nos visitando através das Mensagens de Garabandal, levantemo-nos e nos coloquemos em posição de combate, com as armas do sacrifício, da penitência, da adoração frequente, da mudança de vida, da fidelidade à verdadeira Fé, da confissão, do Santo Rosário, da união com os Santos Anjos e da contemplação frequente da Paixão do Senhor. Sigamos, meus irmãos, porque não estamos sozinhos!

Com amor, orações e bênção,

Pe. Viana

Julho 2023