O testemunho da Irmã Maria de Jesus
Neste testemunho, a Irmã Maria conta o que lhe aconteceu num dia na qual presenciou o êxtase das videntes de uma forma priveligiada. As pessoas que assistiam tiveram de esperar no início da subida para os pinheiros. Apenas um pequeno grupo de testemunhas puderam estar mais próximas das meninas em êxtase.
"Difundi entre vós a mensagem de Garabandal com caridade
O padre suíço, M. Luís Demierre, confirmou esse mesmo testemunho por carta do dia 4 de Dezembro de 1969.."
Duas irmãs da Congregação estavam em Garabandal no dia 29 de Julho de 1961. Foi nesta mesma altura que os irmãos e sacerdotes Jesuítas Andreu, Ramón María e Luis María, encontravam-se em Garabandal. Foi a primeira visita a Garabandal do Padre Ramon e a segunda para o Padre Luís.
Naquela tarde havia uma aparição, uma vez que a Virgem, ao despedir-se no dia anterior, disse às meninas que regressava hoje. Um dos elementos da família Fontaneda, com o qual vieram os irmãos Andreu desde Aguilar de Campo (Palencia), não conseguia esconder o temor íntimo que toda aquela expectativa lhe estava a provocar. Disse ao Padre Ramon:
-- "Isto é terrível, Padre! Estar assim à espera, com relógio na mão, por um acontecimento sobrenatural".
Havia por entre o povo, naquele último sábado do mês de Julho, cerca de trezentas a quatrocentas pessoas vindas de fora. De repente aparece um rapaz que disse a um grupo de pessoas que esperavam:
-- "Já tiveram uma chamada".
A notícia propagou-se imediatamente; e o Padre Ramón faz uma pergunta que denotava algum tom de estranheza:
-- "E isso, que é?"
-- "Ora bem, as meninas recebem em primeiro três chamadas; e só depois aparece Nossa Senhora".
Neste dia a Conchita estava em Santander. Pouco tempo depois da terceira chamada apareceram Loli e Jacinta a correr para "el cuadro" e todas as pessoas seguiam atrás delas. O Padre Luís esteve todo o tempo ao lado das meninas tomando notas detalhadas de tudo aquilo que diziam num pequeno caderno de anotações.
Um senhor, de cócoras, tomava o pulso das meninas em êxtase. De vez enquando levantava a cabeça e dizia a toda a gente:
-- "Normal... Normal..."
O guarda D. Juan Álvarez Seco, acabou por ficar cansado de ouvir tantas vezes "Normal...", e perguntou-lhe:
-- "Só uma pergunta: senhor é médico?"
-- "Não, senhor, sou jornalista".
-- "Sendo assim, faça o favor de retirar-se daí imediatamente".
De forma rápida, as meninas, às duas de cada vez, e com absoluta simultaneidade, voltam ao estado normal e olham candidamente ao seu redor. Então D. Valentín, o pároco de Garabandal, aproxima-se e pergunta-lhes:
-- "O que disse Nossa Senhora?"
-- "A Virgem disse que podiam subir aos Pinos, nós, nossos pais, os guardas, os sacerdotes e as irmãs; as restantes pessoas, que fiquem mais em baixo".
Don Valentín todavía não tinha visto rvosa:
-- "Mas, que irmãs? Que irmãs? Aqui não há irmãs! Que irmãs? Isto não pode ser a Virgem!"
Subiram todos até os Pinos; e as meninas, com toda a naturalidade, foram assinalando os sítios na qual deviam colocar-se os diversos grupos. A metade do caminho até aos Pinos, Loli assinala com o dedo um local e diz o seguinte:
-- "Que não passem de aqui.", Indicando um caminho que cruzava na subida inclinada."
Não foi fácil fazer que todos, de uma multidão de mas de 300 pessoas, obedecessem de seguida. Alguns não tinham ouvido aquilo que a vidente tinha falado. Uns três ou quatro números da Guarda Civil encarregaram-se de fazer cumprir as ordens dadas.
Diz o Padre Andreu: Eu passei ao lado de um guarda galego, quando ele impedia que algumas pessoas tentassem seguir em frente; um deles chegou a dizer:
-- "Quem és tu para me impedires de ver um milagre?".
Depois como resposta contestou o guarda:
-- "E depois! Manda Deus, e há que obedecer".
Perto das videntes só podiam estar com Jacinta e Loli em êxtase como testemunhas, duas meninas pequenas, de seis anos: Mari Carmen e Sari, na foto, irmãs de Jacinta e Loli.
Os seus pais e os guardas, tinham que ficar a uma determinada distância, de modo que puderam vê-las, mas sem ouvi-las, enquanto a multidão situada mais abaixo, a meia distância, não viam nada, mantinham-se em espera.
Iniciados os êxtases, os espectadores mais próximos puderam apreciar que a cara das videntes tomava uma expressão de profunda tristeza. A mãe de uma das meninas não conseguiu conter-se: "Estás a chorar!"
Todos compreenderam que aquela aparição não era mais uma entre tantas. A Virgem explicava sobre assuntos muito sérios, em relação ao grande castigo que viria sobre o mundo, se os homens não entrassem pelos caminhos de Deus. Por declarações feitas pelas meninas, se supõe que nesse dia a Virgem completou-lhes a mensagem que iriam tornar público mais tarde, na noite de 18 de Outubro de 1961.
Sobre este dia 29 de Julho, testemunha o brigada Juan Álvarez Seco:
"Recordo que a mim disse-me Maria Dolores: "Brigada, tu e o meu pai podem estar lá em cima, a pouca distância, como a uns 100 metros à direita dos Pinos; o padre e as irmãs, também a uns cem metros, mas à esquerda; as restantes pessoas, ficam lá em baixo."
Assim fizemos todos. Pode-se observar que durante os êxtases, as videntes choraram muito até ao ponto na qual as pequenas se assustaram... Se supõe depois que o motivo de estarem assim as videntes, sozinhas, era para que as pessoas não se impressionassem demasiado sobre o seu sofrimento, pois a Virgem tinha que falar-lhes da mensagem, mostrando também algumas coisas sobre o Castigo e de que forma a taça se ia enchendo de pecados. Era o que elas teriam que tornar público no dia 18 de Outubro de 1961. Nesse dia as pessoas da povoação fizeram um pequeno altar com caixas de fruta, e colocaram ao pé dos pinos: estava bem preparado, e o adornaram com flores do campo.
Uma testemunha anotou: "Levantavam as mãos, como oferecendo algo. Uma delas cruza os braços... ouvem-se beijos... Alargam os braços... Sorriem... Escutam algo... e choram.."
Quando regressam à normalidade, corremos para junto delas e vemos que uma ainda tem lágrimas. "Porque choras?" Nós ficamos sem resposta. Quando parte das pessoas estava a falar com as meninas, produz-se ali mesmo nos Pinos, o terceiro êxtase do dia. Agora ouvia-se as meninas com notável claridade. A aparição apareceu desta vez com o Menino Jesus, pois elas perguntaram pelos anos que tinha, e pedem que lhes dêem a sua coroa, e comentam que é pequena. A aparição expressa às meninas que está contente sobre o comportamento das pessoas, pelo facto de terem obedecido com docilidade a tudo aquilo que se falou sobre a sua colocação; encomenda uma vez mais que rezem o rosário e que o façam nos Pinos.
De novo à normalidade Jacinta e Loli, iniciam ali mesmo a reza do rosário. Na quinta avé Maria do terceiro mistério as duas meninas recitavam no momento "... o Senhor é convosco...", sem acabar de pronunciar esta última palavra, davam início a novo êxtase.
Este êxtase foi bastante largo, cerca de uma hora. Vamos dizer-vos algumas das coisas que se ouviu: "Para que viestes? Se as pessoas não tivessem obedecido, não terias vindo? Para que creem?... Oferecem algo. Dão um beijo. Que lindo é!... És muito boa... Amanhã viremos em Jejum, sem comer nada. Vou beijar o escapulário?... Hoje vieram uns Padres do Carmo. Estou-me recordando de dominicu ( nota: Foram sobre uns sacerdotes dominicanos)... Fala-nos sobre o vestido outra vez... É branco, com flores brancas... Um guarda trouxe uma menina que não fala nem anda....cura-a !.. Cura alguém, para que toda a gente possa ver".
Quem tomava todas estas notas era o Padre Jesuíta Luís Andreu.
De repente, do outro lado do monte, aparecem duas irmãs religiosas ! Don Valentín ao vê-las, volta-se para o Padre Ramon:
-- "Olha. Freiras!"
-- "Pois são, Freiras"
Repliquei-lhe:
-- "Isto é da Virgem", Exclamou de forma muito emocionado.
Então dei-me conta: era a explicação daquilo que tinham falado as meninas no " quadro": que também podiam estar junto com elas, lá em cima, "as irmãs religiosas". Agora, depois de muito tempo apareceram também as irmãs!
Tratavam-se das religiosas "filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração", que naquele tempo só tinham uma casa na Catalunha. Uma dessas religiosas, natural de Santander, encontrava-se temporariamente com os seus familiares em Roiz, um povo vizinho do vale de Nansa; era a irmã María de Jesús, que foi em 1971, Madre Provincial da sua Congregação em Espanha.
Chegaram a tempo de se emocionarem com aquele êxtase das meninas. Quando voltaram ao seu estado normal as meninas disseram:
-- "A Virgem disse que já podem subir todos."
A multidão, que já algum tempo aguardava, subiu pela encosta acima voltando de novo a proporcionar-lhes um belo êxtase das meninas.